terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

DIRETRIZES PESSOAIS PARA A PRÁTICA DO EXAME DE CONSCIÊNCIA

As diretrizes abaixo decorrem da leitura efetuada no texto “O Processo de Construção da Espiritualidade”, contido no capítulo 8 do livro “Ministério Cristão e Espiritualidade”, de Durvalina Bezerra. De acordo com a autora, o que se requer daquele que pretende conhecer-se a si mesmo é o “exame introspectivo, não à luz da consciência moral, mas à luz de Deus”. Aqueles que desejam crescer em sua espiritualidade não podem recusar-se a praticar tal exame. Ao contrário, devem, pelo Espírito de Deus, aceitarem com coragem o desafio de se depararem com a realidade de quem realmente são, não temendo o confronto que Deus deseja promover com sua realidade interior.

1. Procurarei perceber e compreender o que a Escritura diz sobre a consciência: A Escritura menciona que a consciência, por vezes, pode ser má, o que requer a purificação do coração (Hebreus 10:22). Outras vezes, a consciência é descrita como sendo fraca, tornando-se vulnerável à contaminação, podendo ser facilmente golpeada (Hebreus 8: 7 e 12). Por vezes, a consciência pode ser cauterizada, fazendo com que a alma experimente manifestações de hipocrisia e mentira (I Timóteo 4:2). Mas o Espírito de Deus pode tornar a consciência boa de modo que alma possa andar diante de Deus (Atos 23:1), percorrer os caminhos do amor (I Timóteo 1:5) e manter-se firme na fé (I Timóteo 1:19). A boa consciência faz com que a alma deseje viver condignamente (Hebreus 13:18) e esteja preparada para responder com mansidão a todos os que perguntam sobre a razão da esperança que possui (I Pedro 3:15-17). A boa consciência é, também, um chamamento para que alma anele pelo batismo nas águas (I Pedro 3:21). A consciência é ainda descrita como limpa, o que a faz conservar o mistério da fé (I Timóteo 3:9). Por fim, a consciência pode ser pura, por expressar uma conduta exemplar diante de Deus e dos homens (Atos 24:16) e por conduzir a alma a servir a Deus e a envolver-se fielmente na incessante oração pelo povo de Deus (II Timóteo 1:3).

2. Procurarei avaliar as inclinações de minha alma de modo que consiga progredir quanto à minha percepção das atitudes pecaminosas (Evolução da percepção subsequente, para a concomitante e desta para a antecedente). Explico: Não quero permanecer insensível quanto a condutas que desagradam a Deus, ainda que somente venha a percebê-las depois de cometê-las, é o que eu chamo de subsequente. Que o Espírito de Deus me ajude nesta tarefa! Não desejo, porém, satisfazer-me apenas em desfrutar de percepções subsequentes, quero manter-me sensível aos impulsos de entristecimento do Espírito de Deus tão logo eu O desagrade, é o que eu chamo de concomitante. Mas, também, não desejo satisfazer-me apenas com tais percepções concomitantes. Quero, pelo Espírito Santo e para Sua glória, avançar, até que seja amadurecido por Deus a ponto de manter-me sensível aos impulsos do Seu Espírito assim que me aproxime de situações em que esteja a ponto de praticar condutas que venham a desagradá-lo, é o que eu chamo de antecedente. Não quero, porém, achar-me legalista, mas desejo que tais coisas aconteçam na liberdade do Espírito Santo, à luz da Escritura e daquilo que ela compreende a respeito da consciência humana.
3. Procurarei fazer da oração o veículo de conexão com Deus, onde serei, a um só tempo, investigado e investigador de mim mesmo, por obra e graça do Espírito Santo.
4. Sabendo que não posso e não conseguirei fazer isso sozinho, procurarei, na direção do Espírito, encontrar parceiros de jornada espiritual que, em amor e por direção do Espírito Santo, emitam suas opiniões sobre mim e avaliem, à luz das Escrituras, as minhas condutas, desenvolvendo legítimo pastoreio sobre a minha alma.
A. M. Cunha
Gravura extraída de http://horizongate.org/2013/06/04/inspiration-1-of-3-stages/

2 comentários:

Unknown disse...

Muito bom resumo. Entendo perfeitamento que a jornada rumo a uma espiritualidade verdadeira exige de nós uma mudança no paradigma de que somos autosuficientes, também nos leva a repensar o fundamento da missão de apresentar Jesus a todas as pessoas e nos faz aceitar e desejar a companhia de outros irmãos para a tarefa que nos é cabida.

Anônimo disse...

Muito bom!