quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

MEDITAÇÕES NO EVANGELHO DE MATEUS - Capítulo 8


Os capítulos de 5 a 8 do Evangelho Segundo Mateus formam um conjunto de 4 capítulos muito interessantes. No capítulo 5 somos apresentados ao que se pode chamar de a teoria do Reino de Deus. O capítulo 6, focado na justiça do Reino de Deus, lista uma série de condutas que norteiam e capacitam os cristãos a se tornarem sal da terra e luz do mundo. O capítulo 7 é concluído com a ideia de que os ensinamentos de Jesus podem e devem ser praticados pelos cristãos. O capítulo 8, por fim, mostra o modo como o poder de Deus interfere na esfera humana.

No capítulo 8 do Evangelho Segundo Mateus somos apresentados a vários exemplos de intervenção poderosa de Deus na esfera humana: [a] A cura de um leproso – Mateus 8:1-4; [b] A cura do criado do centurião de Cafarnaum – Mateus 8:5-13; [c] A cura da sogra de Pedro – Mateus 8:14-15; [d] Jesus acalma a tempestade – Mateus 8:23-27; [e] Libertação dos endemoninhados gadarenos – Mateus 8:28-34; e [f] Jesus realiza muitas outras curas – Mateus 8:16-17.

Entre estas intervenções divinas na esfera humana, abordaremos alguns aspectos da cura do leproso, conforme registro contido em Mateus 8:1-4.

Sem dúvida, esta é uma vívida demonstração, não apenas da derrota da enfermidade, no caso a lepra, pelo “poder curador de Deus”, como também, da derrota do preconceito e da indiferença pelo “poder da compaixão divina”. O leproso, afastado do convívio com familiares, vizinhos e amigos, era alvejado pela crueldade da segregação social que a lepra lhe impunha. A ação do “poder curador de Deus” e do “poder da compaixão divina” nessa cura foram admiráveis!

O leproso, de acordo com o livro de Levíticos, não poderia ser tocado sem que aquele que o tocasse se tornasse impuro. Assim, conforme a lei mosaica, Jesus não poderia tocar naquele homem sob pena de se contaminar. No entanto, sabendo que aquele leproso seria imediatamente curado, Jesus intencionalmente tocou naquele homem antes mesmo da realização da cura. O princípio revelado aqui é especialmente maravilhoso: Jesus agia no tempo presente de acordo com os efeitos futuros de suas Palavras e Ações! Jesus, pela lei mosaica, não poderia tocar num leproso, mas poderia tocar num ex-leproso! Aos olhos de Jesus, Seu toque foi, não num homem leproso, mas num homem que invariavelmente seria curado!

Aquele toque não foi, tão somente, o toque do “poder curador de Deus”, mas o toque do “poder da compaixão divina”. Por isso se pode afirmar que aquele toque era o selo do amor e do poder de Cristo sobre aquele homem que, em decorrência daquela enfermidade, enfrentava longos anos de rejeição social, a ponto de achar-se privado de ser tocado, inclusive por aqueles a quem amava e por quem era amado. O glorioso Cristo, porém, contra todas as expectativas humanas, toca, não apenas a pele enferma daquele homem, mas sua própria alma e modifica sua história para sempre!
A. M. Cunha

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