domingo, 15 de dezembro de 2019

DUAS PERGUNTAS E OS DOIS GRANDES MANDAMENTOS


A pergunta: “Onde estás?” (3:9), juntamente com a pergunta “Onde está Abel, teu irmão?” (4:9) formam a síntese da ação humana na terra e suas inevitáveis consequências.

A primeira pergunta, “Onde estás?”, é a imediata resposta divina ao comportamento humano que, por ato de deliberada e consciente independência, enveredou-se pelos caminhos da desobediência. A inevitável consequência foi a separação entre o homem e Deus. A pergunta “Onde estás?” é o angustiante diagnóstico de que a comunhão, outrora amável e graciosamente instituída entre Deus e o homem, fora cruel e drasticamente interrompida. Essa pergunta divina é, a um só tempo, um cruel diagnóstico acerca da situação humana e uma vigorosa declaração de que Deus continua tomando as iniciativas de se manter em comunhão com a humanidade!

A segunda pergunta, “Onde está Abel, teu irmão?”, é, igualmente, a imediata resposta divina ao comportamento humano que, inevitavelmente, estende os efeitos da sua desobediência, voltando-se, não apenas contra Deus, mas contra o seu semelhante. A pergunta “Onde está Abel, teu irmão?” é o terrível diagnóstico de que a comunhão que outrora existia entre o homem e o seu semelhante fora seriamente afetada. De igual modo, a segunda pergunta é, a um só tempo, o nefasto diagnóstico acerca do relacionamento entre o homem e seu semelhante e, poderosamente, uma centelha de esperança quanto ao fato de que Deus continua inclinando Sua vontade para ver a comunhão entre os humanos restabelecida.

Há uma impressionante conexão entre essas duas perguntas e os “Dois Grandes Mandamentos” descritos em Mateus 22:36-40, a saber, “Amar a Deus” e “Amar o próximo”. A pergunta “Onde estás?” revela a necessidade de amar a Deus, ao passo que a pergunta “Onde está Abel, teu irmão?” aponta para a necessidade de amar o próximo. Portanto, no cumprimento do propósito divino, o homem deve amar a Deus e ao próximo. As perguntas contidas em Gênesis 3:9 e 4:9 demonstram que Deus sempre toma a iniciativa em ver o mandamento do amor efetivamente praticado entre nós. Afinal, como nos diz o Apóstolo João, “Nós amamos porque ele nos amou primeiro” [1 João 4:19].
A. M. Cunha

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