sexta-feira, 2 de maio de 2014

GETSÊMANI – UM LUGAR ONDE REINOS SE ENCONTRAM

Os lugares sempre nos trazem recordações. O mesmo ocorre com os lugares bíblicos. Pense um pouco nos seguintes lugares: Sinai, Egito, Belém, Nazaré, Jerusalém. Se você tem um razoável conhecimento bíblico, posso imaginar que um turbilhão de pensamentos inundou a sua mente, à medida que você pensava nestes lugares. O Getsêmani é um destes lugares que fazem a nossa mente ser inundada por vários pensamentos e indagações. Neste lugar, dentre tantas percepções que podemos ter, é possível discernir que ali ocorreu o encontro de dois reinos: O Reino das Trevas e o Reino de Deus. Esta importante narrativa pode ser conferida em Mateus 26:36-56.

O Reino das trevas encontrou no Getsêmani um terreno fértil para se manifestar. Vejamos uma pequena demonstração da expressão deste reino do Getsêmani:

a)  Este jardim foi um lugar onde os discípulos fugiram, no exato momento em que Jesus fora preso. Observe a narrativa contida em Mateus 26:56, que nos diz: “Tudo isto, porém, aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas. Então, os discípulos todos, deixando-o, fugiram.

b)  Este jardim foi um lugar de angústia e tristeza. A totalidade do peso da pecaminosidade humana fora lançada sobre Cristo, em decorrência do que um ambiente de angústia e tristeza tornava-se palpável e agudamente agressivo. De acordo com Mateus 26:27 podemos observar o seguinte: “e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se.

c)   Este jardim foi um lugar de traição. O beijo, que sempre foi uma demonstração de afeto e carinho, foi duramente transformado num símbolo de traição. Foi assim que Judas traiu Jesus neste jardim. De acordo com Mateus 26:48, vemos que “o traidor lhes tinha dado este sinal: Aquele a quem eu beijar, é esse; prendei-o.”

d)    Este jardim foi um lugar onde a força humana tornou-se o recurso para a defesa da fé. De acordo com Mateus 26:51, Pedro “estendendo a mão, sacou da espada e, golpeando o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe a orelha.” a)     A espada utilizada aqui foi a espada do homem e não a espada do Espírito, conforme vemos em Efésios 6:17.

e)   Este jardim foi um lugar onde as pessoas não conseguem orar. Muito embora tenham sido convocados por Jesus para orar e vigiar com Ele (Mateus 26:38), Pedro, Tiago e João não conseguiram orar. Observemos, em Mateus 26:40-41, a oportuna constatação de Cristo e sua firme orientação aos seus discípulos, com as seguintes palavras: “E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.”

Este é um triste quadro que pode ser verificado na jornada de muitos de nós. Assim, nossa vida torna-se um ambiente onde o reino das trevas parece prevalecer. Que o Senhor nos ajude a discernir os sutis ataques e as ocultas ciladas deste reino de trevas. Apesar de todas essas negativas constatações, Jesus não abandonou sua jornada para a Cruz. Ele presenciou estas expressões do reino das trevas na vida de Seus discípulos, mas isso não lhe retirou Seu foco.

Sigamos o exemplo do divino mestre! Assim como Ele não abandonou o Seus discípulos, nós não devemos abandoná-lO! Ainda que vejamos rastros do reino das trevas em nossa vida, perseveremos em seguir a Cristo, pois neste mesmo Jardim, vemos a divina centelha do reino de Deus manifestando Sua luz na vida destes mesmos discípulos. Cristo é nosso supremo exemplo, pois naquele jardim, Ele manifestou o Reino de Deus!

Aquele jardim foi também um lugar onde podemos ver sinais do Reino de Deus. Vejamos estes sinais:

a)     Este jardim foi um lugar onde Jesus preferiu estar presente com os Seus discípulos a abandoná-los. Apesar de toda a trágica conduta dos Seus discípulos, Jesus não os abandonou. Notemos a presença do Senhor nas seguintes palavras: “foi Jesus com eles (...) disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui (...) e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu” Mateus 26:36-37. O jardim é um lugar onde não seremos abandonados pelo Senhor!

b)    Este jardim foi um lugar de confissão de angústias. É maravilhoso perceber que, mesmo diante de homens falhos e sem compromisso com a oração, o Senhor os achou dignos de compartilhar suas angústias. Notemos, em Mateus 26:38, as seguintes palavras do Senhor: “Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.” a)     O jardim é um lugar onde podemos compartilhar nossas angústias!

c)   Este jardim foi um lugar onde podemos estar submissos à vontade de Deus. O Senhor Jesus deixou evidente Sua submissão à vontade do Senhor. Devemos fazer o mesmo. Observemos, em Mateus 26:39, 42 e 44, as seguintes palavras do Senhor: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres. (...) Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade. (...) Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras.”

d)    Este jardim foi um lugar onde podemos chamar de amigo aquele que nos traiu. Este é uma das mais profundas aptidões que o Senhor confere aos Seus discípulos. Ele viveu assim, nós, por pertencermos a Ele, também podemos viver com tal qualidade de vida. De acordo com Mateus 26:50, o brilho deste comportamento de Cristo pode ser percebido nas seguintes palavras: “Jesus, porém, lhe disse: Amigo, para que vieste? Nisto, aproximando-se eles, deitaram as mãos em Jesus e o prenderam.” a)     Esta é uma nítida e profunda resposta que os filhos do Reino devem dar ao reino das trevas. Vivamos esta vida com qualidade celestial.

Bom desfrute a todos.

Em Cristo!

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